TOP 5 - Brinquedos que marcaram minha infância

Esse post faz parte dos Temas do Mês de Outubro do Rotaroots, um grupo no facebook que incentiva a FABULOSA ARTE DE ESCREVER EM BLOGS™ e sempre dá ideias de temas legais. A ideia desse é listar os cinco brinquedos prediletos da nossa infância que a gente gostaria de ter guardado/guardou pros filhos. 


*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.**.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*

Uma história que minha mãe adora contar pra todo mundo é a de que eu não entrava no meu quarto sem fazer MUITO BARULHO antes pra dar tempo dos brinquedos voltarem pro lugar deles e eu não ter que encarar o fato de que minhas bonecas tinham vida (só as bonecas, tá? Que eram MINI GENTE. Ursinhos e carrinhos eram ok).
Sim.
Eu tinha medo de bonecas e tenho um pouco até hoje daquelas gigantes que falam.
Fui criada com o Chucky*, não com Toy Story. 
Desculpa.

Repara que eu NEM ENCOSTO nas bonecas.


Dito isso, as únicas bonecas que eu ganhava eram de pessoas próximas o bastante pra dar presente, mas não pra saberem que elas iriam ficar guardadas numa caixa que eu não ia abrir nem pra tirar pó (Sério. Quando eu fui fazer a primeira grande doação de brinquedos da adolescência as minhas primas mais novas ganharam umas cinco ou seis bonecas ainda na caixa. Fosse eu mais capitalista teria vendido todas no Mercado Livre. Perdi.).
E isso foi bem legal porque era bem chato entrar no quarto batendo os pés e ficar acordada de madrugada imaginando que as bonecas estavam planejando minha morte eu ganhei um monte de brinquedos ~diferentes~ que eu aproveitei pra caramba.
Alguns desses brinquedos marcaram minha infância a ponto de eu não ter conseguido dar embora ainda (não sou TÃO desapegada e altruísta quanto o Andy, desculpa de novo) ou me lamentar todos os dias por ter me desapegado deles.
Aqui vai uma lista:


5. A "Barbie" careca
"Aiin, como assim? Você disse que não gostava de boneca e tá aí falando de uma logo no primeiro item?" Pois é. 
Sabendo que eu tinha PAVOR de bonecas, mas achando que isso não devia ser uma coisa muito normal, minha avó comprou uma dessas imitações de Barbie que vendiam em feira livre por cinco reais (ela não ia gastar dinheirão num brinquedo que nem sabia se eu ia gostar, né? Certa estava vovó!) e me deu. Era uma dessas imitações bem porcas, mas vinha com um monte de roupinhas e um monte de perucas pra eu poder mudar o cabelo dela quando quisesse.
Pois bem. Vovó acertou e conseguiu que eu me apegasse àquela boneca esquisita, mas acho que eu devo ter causado algum tipo de preocupação porque não tinha Cristo que me fizesse colocar uma peruca nela: Eu só curtia brincar com a boneca quando ela tava totalmente careca.
Eu lembro que eu achava aquela a boneca mais bonita que eu já tinha visto na vida, achava que ela tinha uma puta personalidade (traduza isso na linguagem de uma menina de seis anos, ok? Eu achava que ela era "estilosa", sei lá) e que era a mais corajosa de todas as bonecas do mundo.
Depois dessa eu realmente fiquei mais suave com essa coisa de medo de bonecas porque uma boneca daquele tamanho eu conseguiria vencer numa briga e aí eu tive uma fase que eu ganhei todas as bonecas (Barbie, Suzy e genéricas de feira) que eu não tinha ganhado em seis anos, mas a minha predileta sempre foi a Barbie careca.
É por esse motivo que eu não entendo até hoje como é que eu dei pras minhas primas e COMO É QUE VOCÊ JOGOU FORA PORQUE ERA FEIA, JULIANA? COMO VOCÊ PODE FAZER ISSO? PRA QUÊ TANTA CRUELDADE?


4. O boneco Armstrong
"Mas OUTRO boneco? Isso porque você tinha medo, hein?" - Nossa, não enche.
Tinha um quadro do programa do Gugu que ele ia na casa das pessoas e, se elas tivessem alguns itens, ganhavam dinheiro e UM MONTE DE BRINQUEDOS. Sempre quis que o Gugu fosse na minha casa. Nunca rolou. 
Um desses brinquedos que ele levava era o Armstrong, um boneco feito de alguma coisa que fazia ele esticar-esticar-esticar-esticar-esticar e... Só. Ele só fazia isso. Ele esticava. Mas, por algum motivo, eu quis muito um desses. Muito. Muito mesmo.
Meus pais, fascinados com a ideia de que eu queria algum brinquedo que parecesse com um ser humano (tava mais pra super-herói da Marvel, mas naquela época eu não sabia disso),  me deram um. E um pro meu primo-irmão também, pra gente não brigar e dar nó nas partes do corpo dos bonecos. 
Meu boneco eu encontrei DERRETIDO em uma caixa quando fui separar os brinquedos que ia doar. O do meu primo ganhou uma tesourada na barriga porque ele queria saber o que tinha dentro (um monte de gosma que parecia gel) e deixou de existir praticamente no mesmo ano.


3. Meu Primeiro Gradiente
Meu pai já confessou que, quando eu era menor, achava que eu seria ou jornalista ou advogada quando crescesse porque eu fui uma criança curiosa, justa, mandona e "perguntadora" (deixa meu pai, ok? Ele acha que jornalistas são assim, é melhor do que dizer que todos os que eu conheço são grandes bêbados - porém uns queridos ♥). Dito isso, quando eu fiz cinco anos ele me comprou o Meu Primeiro Gradiente (porque não dava pra me comprar um cargo no STF, tá?) pra eu experimentar a prática de fazer entrevistas. E eu levei a sério, porque tem um monte de vídeos em casa que retratam momentos em que eu ia correndo atrás dos meus tios com aquele rádio/gravador vermelho pra perguntar coisas importantes como "Qual seu nome? Qual sua idade? O que te faz feliz?" (sério, tem mesmo. Meu pai me deu o gravador e comprou uma filmadora, então ele brincava também).
Mas o mais legal do gradiente é que ele vinha com uma fita com várias músicas legais que a gente podia ouvir e/ou cantar no karaokê. E eu passava HORAS cantando Maria, Vou de Táxi, Tic TacUma barata chamada Kafka, Bruxinha e aquela que foi a minha primeira música de fossa quando eu nem sabia o que era isso: Coração de Papelão (sério, eu ouvia essa música e choraaaaava, choraaaava). Amo esse brinquedo porque ele provou que eu não tinha vocação pra jornalista, mas despertou minha verdadeira vocação que é chorar ouvindo música pop em dias de fossa.
E a melhor parte é que ele AINDA está aqui em casa e funcionando, só esperando eu ter um surto de hiperatividade e/ou inspiração pra pegar o microfone e gravar mensagens pra mandar pros meus amigos, tipo a Felicity e a Sally.

2. Popó, Jubinha e Sansão
Eu não gostava de bonecas, então eu compensava tudo com as pelúcias. Sério. Até hoje em dia eu fico muito feliz quando pego pelúcias naquelas máquinas da Playland ou quando ganho alguma. Pelúcias me fazem feliz (e eu não tenho nenhuma -ite que me impede de tê-las, valeu Deus!). 
Como eu tinha medo de bonecas eu apelava pras pelúcias me protegerem caso elas se revoltassem durante a noite e, por esse motivo, dormia com um monte na minha cama. Eu revezava entre umas 20, mas tinha três que eram as minhas queridas: Um Hipopótamo roxo, um leãozinho e o Sansão da Mônica - ou, mais especificamente, o  Popó, o Jubinha e o Sansão.
O Popó quem me deu foi minha mãe quando eu ainda era bebê. Se não foi meu primeiro bichinho certeza que entra no TOP 5 fácil. O Jubinha, meu pai. E o Sansão eu ganhei num dia das Crianças há muito, muito tempo atrás.
Eu me desfiz de boa parte das que eu ganhei nesses 25 anos - até porque eu ganhei MUITAS e nunca tive vocação pra colecionadora, mas os três que dormiam comigo quando eu era criança ainda existem.

1. Balde Azul do Lego
Eu sou filha única e, embora tenha um primo que eu considere como um "meio irmão" e outros dois ou três com quem eu passava muito tempo aos finais de semana, o tempo bruto era gasto mesmo sozinha. E o Lego, nessas horas, era a melhor coisa do mundo. Eu lembro do ritual que era brincar de lego: Eu chegava da escola, ia pro quarto dos meus pais, sentava na cama deles e usava o baú como uma mesa gigante onde eu botava todas as pecinhas e construia pessoas com quem eu brincava (não é porque eu não tinha bonecas que eu não brincava com coisas que "pareciam" gente, tá?). E eu ficava nisso hoooooooooooras, no mais completo silêncio, até minha mãe ou pai perceberem que tinha criança em casa e que o silêncio não era normal e irem ver se eu não tinha morrido.
Sério, o Lego foi SEM DÚVIDA o brinquedo que eu mais curti na minha infância. Me salvou de muitas horas de tédio até a pré-adolescência.
Meu balde (era o azul, o mais legal de todos) ainda deve estar em algum lugar na garagem cheio de desfalques, esperando o dia em que eu ache alguma criança legal o suficiente pra merecer esse pedaço tão importante da minha infância.



*BÔNUS*
Megadrive

Eu lembro que todos os sábados o meu pai fazia a mesma coisa: A gente ia pro meu quartinho de brincar, ele ligava o megadrive, jogava umas duas partidas de Mario Andretti ou de Super Mônaco GP II e depois liberava os controles pro meu primo e pra mim. A gente ficava horas jogando Mortal Kombat II e FIFA naquele lugar, parando apenas pra reproduzir na vida real os golpes que a gente tinha dado no videogame. 
No domingo, depois da F1, meu pai e eu íamos jogar Sonic II. E era um momento mágico de pai e filha, onde ele observava eu jogar por horas a mesma fase (eu era muito ruim) antes de desistir e jogar o controle pra ele. Lembro de cada avanço e cada fase em que a gente ficou empacado. Lembro que minha mãe, que não curtia jogar, sempre pedia pra jogar a fase do cassino pra poder ganhar anéis. Lembro de como eu chorei quando, na primeira vez que cheguei na fase Metropolis, eu perdi a última vida porque não conseguia escapar de um labirinto e os 10min esgotaram. Lembro da primeira vez que eu juntei todas as Esmeraldas e vi o Sonic ficar amarelo. Lembro quando um outro primo, muito dos espertos porque tinha lido numa revistinha, ensinou um truque que fazia o Sonic de ouro antes de pegar todas as esmeraldas. Lembro de todas as musiquinhas das fases até hoje.
O Megadrive está fora dessa lista porque não é só um brinquedo da infância. Eu brinco com o meu até hoje (porque ele também funciona!) e, quando não tenho tempo/paciência pra montá-lo, me divirto com um emulador e fico feliz do mesmo jeito. 

Essas estrelinhas, cara... Como eu ODIAVA essas estrelinhas. Elas explodiam e ferravam com tudo: Se você ficava no caminho, perdia estrelinhas. Se você desviava, podia cair do parafuso e MORRER.
Muitos traumas dessa fase. Muitos.







* Não que meus pais, avós e zilhões de tios tenham me feito ter trauma de brinquedos com histórias sinistras de bonecos demoníacos (eu era nova demais pra história do Fofão e velha demais pra história da Boneca da Xuxa), mas eu lembro que uma tarde na casa da vó estávamos meu primo-irmão (que é quase dois anos mais velho que eu, mas isso é quase nada na primeira infância) e eu brincando na frente da TV quando passou Chucky no Cinema em Casa e ficamos os dois na frente da TV tempo o bastante pra ficarmos hipnotizados pelo filme e lembrarmos disso pra sempre. Cada um trabalhou a experiência de um jeito: Eu entrava no quarto fazendo barulho, meu primo abriu a barriga do Armstrong dele com uma tesourinha (a do Mickey) pra ver o que tinha dentro. Traumas? Jamais.

Comentários