Take a look and you will find there's nothing there girl - Yeah I swear, I'm telling you girl...

Quando estou de bom humor eu não tenho vontade de falar nada, de remoer nada, de fuçar em nada, de escrever sobre nada: Eu simplesmente estou de bom humor. Me deixa. Não precisa fazer mais nada, é baixa manutenção: Só continua fazendo o que estava fazendo e eu vou continuar fazendo o que estou fazendo e ficar de boa. Pensem na inércia e aproveitem. Só isso.

Mas aí pode acontecer alguma coisinha qualquer, alguma coisinha bem insignificante que a maioria das pessoas nem percebe e que eu, por algum motivo, levei em consideração mais do que deveria: Uma notícia ruim no jornal (quase todo dia, alguns dias mais de uma vez), uma canção que tocou na hora errada, uma ignoradinha suave, uma palavra fora de contexto, uma amiga se dando mal num rolê praticamente certo, alguma burrice no trabalho, uma carapuça que eu calhei de vestir... Qualquer coisa serve, desde que seja A COISA CERTA PRA FAZER O DIA DAR ERRADO. Qualquer coisa pode me deixar com uma dorzinha no peito ou aquela sensação de que... É... Tem alguma coisa errada.

É assim que funciona. Pode ser do nada. Pode ser paranóia. Pode ser qualquer coisa.

E aí eu posso escolher duas opções (mas eu sempre escolho uma só, é claro):

  1. Ou eu digo pra mim mesma que estou sendo babaca e que meu maior problema de todos os dias é escolher a roupa que uso para o trabalho (problema nenhum, portanto.) e boto um Van Halen maroto pra tocar até a bad passar... ou;
  2. Fico remoendo o assunto na cabeça e ouvindo todas as seguintes músicas na sequência: Outra Vez (do Roberto Carlos), How (do Maroon 5), Inevitable (Shakira), Our House (Crosby, Stills, Nash & Young) e Brutal Hearts (Bedouin Soundclash).


Essa é a sequência da morte. Não da pequena morte (o caminho pra essa é mais complicado, rs), nem da morte REAL e definitiva. É a sequência da fossa auto-induzida. Ouvir essas músicas é a maneira mais simples que eu arranjei de me auto inflingir sofrimento - Mas é de um jeito bom, claro. 

Parece estranho? E é. Mas eu explico.

Quando eu tô nesse humor tudo parece mil vezes pior do que é. Tudo parece mil vezes mais trabalhoso, mil vezes mais complicado, mil vezes mais digno de novela mexicana. E, portanto, mil vezes mais legal de ser contado/vivido/sentido.
Sou dessas que curte uma fossa desnecessária. Acho que escrevo melhor, acho que sou melhor compreendida e que é mais fácil se identificar comigo quando estou nesse clima (vamos combinar... QUEM além de mim acorda de bom humor as 5h da manhã todo santo dia, até nos dias que não existe necessidade de acordar cedo? Não há Cristo que aguente!).
Então, eventualmente, eu me deixo nesse clima de deprê. Nada muito preocupante, nada que uma troca de emails divertida, um bom jogo de futebol, uma boa noite de sono, uma tarde de quarta-feira no trabalho não resolvam.

Eu curto a vibe só pra poder escrever (e, vai por mim, eu escrevo PRA CARAMBA!) e suspirar e fingir que eu me importo com alguém mais além de mim. 

Me deixa. Eu não vou morrer DE VERDADE (exceto se acontecer algum imprevisto tipo um satélite cair na minha cabeça, ou eu ser atropelada, ou algo do tipo). Não precisam se preocupar (exceto se durar mais de uma semana, passando por uma sexta feira, ou se, por acaso, eu ouvir "Linger", Ai se preocupem porque certamente tem alguma coisa além do draminha e eu não contei porque... Né? Não se faz drama com coisa séria). É o #meujeitinho.

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